Minha dor acarinha-te. Sentes que minha humilhação é como um banho quente depois de uma jornada gelada. Minha lágrima representa teu sorriso, como dois traços curvados representam um coração. É isto o que queres – tornou-se obsessão. Obriga-te a não gostar de mim, quase como uma promessa. Pedes tu meu sofrimento.
Desculpe.
Não deu certo. Sua maldade repugnante não me alcançou como fora planejado. Nem sequer me tocara. Desculpe, pois agora desejo-te bem. Feliz, realizada, contudo longe de mim. Desejo, sinceramente, que o amor te encontre, e que ele, enfim, te ensine algumas lições da vida, como as quais que o amor não se força. Quem sabe ele até te mude.
Contudo, desculpe.
O que fizeste já não me dói mais. Como previsto, curei-me. Seria maldade minha dizer que venci. E que no final das contas, tu me serviste como uma grande e deplorável lixeira – você mesma, jogou para mim, todos os lixos que estavam cravados no meu caminho.
Logo, obrigada.